segunda-feira, 21 de julho de 2008

Desejo sexual: como recuperÁ-lo?

A perda do desejo sexual é um problema comum a mulheres de idade mais avançada

Estima-se que a falta de desejo sexual afete 72% das mulheres brasileiras que passaram por esse período, geralmente iniciando-se após os 40 anos.

Segundo a ginecologista Carolina Carvalho, o principal motivo para a diminuição do apetite sexual é a queda na produção de hormônios. “Existem dois hormônios que contribuem para a diminuição do desejo: a testosterona e o estrogênio”, explica Carolina, do ambulatório de Sexualidade no Climatério da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).



“A testosterona é o hormônio responsável pelo apetite sexual, enquanto o estrogênio, hormônio básico da mulher, quando em falta, causa secura vaginal, o que acaba por afetar o desejo sexual, pois transforma as relações em algo desagradável e doloroso”, continua a ginecologista.

Benedita, comerciante de 56 anos, passa por esse problema. “A vontade em manter relação sexual diminuiu muito e quando eu tinha vontade, muitas vezes sentia dores inconfortáveis”, explica.

“As opções de tratamento são variadas, considerando não somente os aspectos físicos, mas também biológicos e emocionais da mulher”

Além dos hormônios, fatores psicológicos também contribuem para que o desejo diminua. “Algumas doenças psiquiátricas, como a depressão, podem também impedir a motivação por sexo. Outros casos como dificuldade em unir amor com sexo na mesma pessoa, raivas entre o casal, culpas entre outros, também influenciam no desejo”, explica a psicóloga Mara Pusch, também da Unifesp.

No caso da professora Maria, 59 anos, a ausência dos filhos em casa fez com que ela caísse em depressão e conseqüentemente tivesse falta de desejo. “Quando os meus filhos casaram, eu entrei em depressão e fiquei sem vontade de fazer nada. Junto com a ausência dos meus filhos veio a menopausa”, desabafa.

Tratamentos

Os hormônios que a mulher deixa de produzir naturalmente podem ser recuperados de forma externa, através de remédios. No entanto, Carolina Carvalho, ginecologista, altera para as contra-indicações. “A reposição hormonal deve ser questionada para manutenção das características físicas femininas, como corpo arredondado e a voz”, explica, acrescentando que os hormônios também podem provocar o ressecamento da pele e dos cabelos.

Outra forma de melhorar a vida sexual das mulheres é o uso de lubrificantes. “Como nessa fase a mulher fica com a vagina seca, é preciso o uso de algum tipo de lubrificante e também muita paciência, já que o desejo não é tanto”, indica a ginecologista.

Para a psicóloga Mara Pusch, é recomendável procurar um profissional especializado em sexualidade humana para fazer uma avaliação. “Em primeiro lugar, será necessário examinar se o problema não é orgânico. Depois, uma revisão será feita para ver se existe alguma medicação que possa ser usada para aliviar os sintomas. Em alguns casos, certas medicações podem ajudar muito”, explica.

Segundo a psicóloga, as opções de tratamento são variadas, considerando não somente os aspectos físicos, mas também biológicos e emocionais da mulher. “Além da medicação, também trabalhamos com palestras, sessões de psicoterapia (individual, de casal ou em grupo) e exercícios de fisioterapia”, esclarece.

Outro fator que pode influenciar no desejo sexual é o horário e a maneira de como procurar o parceiro. “Aproveite o maior estímulo sexual de seu parceiro, procurando-o pela manhã (cedo), pois a maior disposição dele para o sexo pode ajudá-la a ter mais desejo e a ser mais estimulada”.

Caso surjam sintomas de tristeza, desânimo intenso, fadiga, irritabilidade, baixa auto-estima procure imediatamente uma orientação com psiquiatra, pois nesta fase, com as alterações hormonais, os Transtornos de Humor (Depressão) não são raros.

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