quarta-feira, 9 de julho de 2008

Crianças na cozinha

A atividade pode divertir e criar um novo clima nas férias

Para alguns, férias é sinônimo de descanso, para outros, de dor de cabeça. Esse segundo time geralmente é o de mulheres que ficam com seus rebentos em casa durante todo o mês de julho.

"Tem uma hora em que as brincadeiras cansam, eles não têm mais o que fazer e ficam no meu pé o tempo todo", reclama a dona de casa Célia dos Anjos, que, como muitas mães, não sabe o que fazer com os filhos o tempo todo. "Eu não tenho dinheiro pra levá-los pra passear todo dia, e nem energia e tempo pra acompanhá-los nas brincadeiras o dia inteiro, já que o serviço de casa demanda muito de mim", relata Ana Maria Silva Santos, mãe de duas meninas de 8 e 9 anos.

Então, qual seria a solução?
A psicóloga Andréa Gonzaga acredita que as mães podem inventar algo diferente daquilo que as crianças estão acostumadas "No ambiente da cozinha existem várias possibilidades deliciosas de dar asas a imaginação dos filhos", esclarece.



Isso porque alguns preparos podem ser elaborados em grupo, de maneira que a criança seja estimulada a ajudar a mãe, se divertir e sentir-se útil.
De acordo com a psicóloga, as crianças gostam, podem aprender e fazer muitas coisas na cozinha, desde que estejam dentro de suas possibilidades.

Para Maria Aparecida, mãe de Juliana e Rebeca, de 8 e 12 anos, a solução foi criar todas as tardes sobremesas diferentes. "Tinha um dia que elas me ajudavam a enrolar brigadeiro, no outro beijinho, cajuzinho e alguns outros doces. O resultado foi ótimo. Elas realmente ficaram entusiasmadas com a idéia e agora ficam inventando coisas diferente para fazermos".

Os psicólogos ressaltam que estes momentos proporcionam um prazer que fica na memória pro resto da vida, mas advertem que deve ser levada em conta a idade da criança e que tipo de atividade ela vai participar na cozinha. Sempre com a presença de um adulto responsável, os pequenos podem fazer coisas como amassar e dar forma às massas, misturar líquidos em recipientes fechados, passar cobertura no bolo, misturar salada e salada de frutas, e montar inúmeros pratos coloridos.
A idéia é que a atividade proposta seja cercada de cuidados, para que a criança também assimile noções de higiene que devem estar presentes na hora do preparo dos alimentos. "Fazer um verdadeiro ritual, pedindo ajuda para separar os ingredientes, colocar o avental na criança e informá-la do que está sendo preparado é essencial para despertar a veia de Mestre Cuca nela. Também deve haver atenção na maneira de manusear os alimentos e ingredientes, dando ênfase ao cuidado e ao amor que deve ser dispensado durante o preparo", alerta Andréa.


Ana Carolina Viegas sabe bem o que a psicóloga está falando: para a dona de casa, cozinhar com as crianças tornou-se uma rotina "A gente separa os ingredientes, ela me ajuda como se fosse uma assistente e faz algumas coisas, como bater as claras e colocar a cobertura no bolo. Quando o pai dela chega, ela fica toda orgulhosa mostrando o que ajudou a mamãe a fazer", conta.

A idéia é criar um ambiente de diversão, mas vale lembrar que alguns cuidados não podem faltar: facas devem estar fora do alcance, elas precisam ficar longe do fogo e de panelas quentes e não mexerem em nenhum utensílio que use eletricidade para funcionar. De resto: mão na massa!

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